quinta-feira, 10 de junho de 2010

Mãe Perfeita x Mãe Total

(Homenagem ao meu filhote Théo e ao dia das Mães)

Parte I

Queria ter escrito um texto para o blog em homenagem ao dias das mães no mês de maio, até em uma vaidosa auto-homenagem, já que estava gestante no começo do mês e me sentindo a tal. Só que meu bebê Théo resolveu vir antes da hora (na verdade na hora certa dele) e tive que deixar para depois. Théo emergiu como um vulcão de dentro de mim, com direito a labaredas, fumaças e um calor transformador. Daquele dia em diante eu sabia que nada seria igual.

Quinze dias depois do nascimento e ainda no mês de maio, onde a lava do vulcão já desceu e amornou os sentimentos e a adrenalina, a inspiração para escrever de novo apareceu. Eu estava ali a pensar com meus botões e os mil utensílios maternos, num momento iluminado de amamentação, enquanto me questionava se estava sendo uma boa mãe e exatamente o que seria isso.

Sou virginiana perfeccionista e por isso a minha gestação não fugiu muito das regras, foi deliciosamente planilhada, sonhada e planejada. Perfeita. Mas hoje entendi que perfeição é uma palavra que não deve existir no vocabulário do mundo das mães.

Planejei com meu marido um parto cesáreo tranqüilo, agendado, sem muita dor, que seria filmado e tudo mais. Théo nasceu no dia que quis! Com bolsa estourando, correria do papai para chegar a Cuiabá, de parto normal, com dor, com lágrimas, com expectativas, sem filmagem, mas com muita emoção. Que momento nada perfeito, mas divino.

Os primeiros dias foram de adrenalina, stress, adaptação, lágrimas, troca de fraldas, amamentação, visitas, de mais lágrimas e finalmente, quando respirei, de um encontro profundo comigo mesma. O que afinal era esse meu anseio de ser uma mãe perfeita?

Acredito que toda mãe tenha esse desejo, quase utópico de ser a mãe perfeita. De entender todos movimentos e choros do seu bebê, de saciar sua fome na hora certa e da forma correta, de aliviar prontamente sua dor, de ser o melhor colo do mundo. E daqui pra frente ser a melhor orientadora, provedora e mimadora do mundo. Mas não vai ser bem assim. Nunca é.

Se que muitas vezes vou ser medrosa demais ou impetuosa e segura demais. Vou ser ciumenta, não vou entender de cara o que ele quer, vou me impacientar com o choro que não passa, vou ser metódica, vou ser repetitiva, vou ser protetora, vou mimar, vou cansar e vou chorar. Vou deixar a fralda vazar, vou andar mal vestida, vou esquecer o que eu tinha mesmo que fazer naquele dia. Às vezes não vou dar conta de atender casa, marido e filho ao mesmo tempo e vou me angustiar. Porque eu queria ser perfeita... mas não dá! E ponto final. Então descobri que posso tentar ser diferente, posso ser uma Mãe Total.



Parte II – quase 30 dias depois do nascimento do Théo

Estou aqui tentando terminar esse texto. O conceito de totalidade, que li de um autor, me pareceu totalmente praticável mentalmente. Mas ficou entalado no meu coração.Porque no fundo eu ainda queria que tudo se encaixasse sincronizadamente... e afeee... não deu!

Na madrugada de hoje me peguei assim: descabelada, com torcicolo, compressa no joelho, com o pequeno mamando num braço a outra mão acarinhando meu marido sonolento e, nesse aparente caos, minha mente, coração e alma se juntaram no momento presente e eu me peguei surpreendentemente feliz.

Será que era isso a tal totalidade? A perfeição nos encaixa em medidas, a totalidade nos dá dimensões qualitativas. A perfeição é receita pronta, a totalidade é experiência. Totalidade é tentativa, erro e acerto. É a aceitação de que a dor e o medo existem, não como realidades definitivas, mas como processos temporários do nosso desenvolvimento para se chegar ao que realmente merecemos: sabedoria, paz, criatividade e alegria.

A Mãe total sabe que é o que pensa, que vive o que acredita e terá o que realmente projetar. Abre-se de corpo e alma para a experiência fascinante de criar um ser, sem ilusões, numa total entrega que é ato mais profundo de amor.

Um aplauso para todas as mães imperfeitamente totais. Inclusive eu.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Bebês são de outro mundo ( e a essência élfica)


Estou vivendo a experiência da maternidade, e apesar de todos ajustes (ou desajustes) corporais, emocionais e de sanidade que estou passando, tem sido singular fazer parte desse ciclo da nossa natureza. Mesmo com todas as intempéries, limitações e medos, presenciar dentro de mim a inteligência maravilhosa que Deus criou no nosso corpo para se multiplicar e gerar outra vida é incrível.

Fora de toda mudança visível, sinto uma energia diferente que nos ronda quando estamos gerando outro ser. Simplesmente porque ali existe a energia de outra alma se fundindo com a nossa. E todos à volta acabam sentindo isso, atraídos pela curiosidade, pelo amor ou pela reverência com o momento, eu sinto a energia diferente das pessoas quando se aproximam de mim. Deve ser a magia desses bebês do “outro mundo”.

Ffico me perguntando como esse futuro ser está de adequando, durante esse período, ao nosso mundo físico? Porque pra mim, a alma dele está vivendo intensamente essa experiência de intercambio entre dois mundos, até se ancorar definitivamente aqui.

Creio também que todos nós continuamos a viver ao longo da vida esse intercâmbio entre mundos, mas ele se faz durante o sono (às vezes na meditação), e para maior parte de nós de forma inconsciente. Assisti maravilhada ao filme Avatar, que mostra de um modo muito criativo, tudo que penso sobre a jornada das nossas almas entre as diversas realidades. E fiquei imaginando quando é que estaremos prontos para viver conscientemente os dois ou vários mundos ou moradas, que existem nesse universo infinito.

Os novos seres que estão vindo devem ter uma genética mais avançada e uma alma mais consciente para vivenciar essa experiência de forma integral. Alguns meses atrás minha querida amiga Zeli disse que meu bebê tem alma élfica (assim como a nova geração). Fiquei orgulhosa, experimentando as primeiras “corujisses”, mas no fundo meio perdida do que isso significava realmente. Blogueando por aí, achei o texto que retrato abaixo. Fiquei encantada. Estamos todos na verdade atualmente já envoltos nessa energia, procurando o retorno pra casa, e acho que esses novos bebês terão muito a nos ensinar.


Essência Elfica
Fonte: http://galadhrimbe.blogspot.com/2008/08/essncia-lfica.html

Amamos esta abordagem élfica ao nosso mundo.
As mensagens não são para o intelecto mas para a alma; as palavras são como notas musicais, não são para ser compreendidas mas sentidas.
Intuição é um exercício não uma invenção. A linguagem é apenas uma sombra do que experienciamos... a jornada começa, um novo dia amanhece, elfos estão por todo o lado e vamos todos para casa. Somos criaturas de dois mundos... uma parte de tudo o que vemos e outra parte do todo não visível... onde o invisível se encontra com o físico.
O desconhecido é um lugar puro sem expectativas ou julgamentos, um local calmo e que nos convida a entrar onde a verdadeira magia sempre foi. Sentimos o peso dos nossos ossos e carne e assustamo-nos quando entramos o desconhecido e sentimos a ausência do peso ou graciosidade quando nos deixamos ir.
Temos a habilidade de voar nestes lugares que apenas sonhamos... somos criaturas de magia e amor, imparáveis e invencíveis, uma parte da verdadeira natureza... este é o nosso direito de nascença e o nosso chamamento... podemos existir para lá da armadilha da mortalidade... o mundo tem esperado pelo nosso despertar do mundo dos sonhos, presos como numa sala escura... o nosso objectivo é encontrar o regresso a casa... porque o coração que quer a liberdade irá continuar a procurá-la mesmo nos locais mais negros do mundo e encontrará a estrada que segue acima de qualquer desafio ou dificuldade... a estrada que nos levará de regresso a casa
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PS.: um pouco de mitologia... "Os elfos são geralmente mostrados como jovens de grande beleza vivendo entre as florestas, sob a terra, em fontes e outros lugares naturais. Foram retratados como seres sensveis, de longa vida ou imortalidade, com poderes mágicos, estreita ligação com a natureza e geralmente acompanhadas de ótimos arqueiros"